Em uma noite de comemoração, Manuela, impulsionada pelo ímpeto irresponsável que acompanha todos os jovens, deixou-se levar pelo que acreditava ser o certo. Por alguns momentos, escolheu ignorar que cresceu em uma sociedade que cultua o silêncio e cometeu o pecado de usar suas palavras para dar voz ao que muitos tinham medo de dizer. Seu ato teve consequências. Se, por um lado, ela mostrou para todo o país que o tempo exigia mudanças e as pessoas as desejavam, por outro, ela compreendeu toda a extensão da sua ingenuidade e o quanto sua vida de privilégios a cegou para a realidade. Palavras bonitas, ideias e intenções nunca seriam o bastante para gerar transformações de verdade. Os acontecimentos após a sua colação de grau mostraram um mundo que ela nunca imaginou ser possível. Além disso, revelaram-lhe um aspecto da vida cotidiana tão claro quanto cruel: não importa quem você seja ou a que classe social pertença, a República de Apóstolos não tolera quem age contra ela.