Sangrar pode significar o momento derradeiro da vida ou o rito de se manter vivo e fértil. Menarca Fálica, antologicamente, trata desse instrumento de poder fálico sob a perspectiva do homem na iminência de sangrar, sentir ou se expor. A partir de investigações subjetivas, tem-se um resultado mal-acabado, pequeno, mas potente. Não sendo o intuito construir uma fuga narrativa, a obra é a história do olho, do pênis e do desejo. José, abusado desde criança, EPR, um suicida de inteligência aguçada, e Raul, um menino virgem, franzino e sertanejo. Todos os obstáculos em conviver consigo e com o outro — o grande Outro — são documentados no livro. Por muitos, é abjeto. Não se opõe o autor. Na última década, panfletar pela liberdade e pelo desejo tem se tornado uma pauta corrente. As vicissitudes do querer e das amarras subjetivas e objetivas fazem desses textos algo a ser experienciado — não, não somente lido. Nem tudo ocorreu, todavia, nada gentilmente, garanto tudo ser real.