Ser filha de uma portadora de doença psiquiátrica, além de não ser bom, traz muito sofrimento. Não é bom, porque você não pode contar com a mãe em nenhum momento, pois ela quem precisa de ajuda. Traz sofrimento, além de sensação de abandono, rejeição e, como se não bastasse, ainda tem o preconceito em todo lugar que você passa. Preciso destacar que os rótulos que recebi foram duros de aguentar, como: Aquela ali é a filha da doida; Claudia tem duas caras; Nossa, que gênio difícil a Claudia tem!; Será que ela é doida igual à mãe dela?
Sentia-me diferente o tempo todo e ficava com muito medo de ter herdado o transtorno afetivo bipolar que ela tinha. Minha mãe biológica não está mais entre nós, ela se foi aos 58 anos de idade e eu sinto muito, porque só agora percebo a dimensão do peso que ela carregava nos ombros.
Espero profundamente que essa obra literária desperte pessoas que ainda não se atentaram para esse e outros transtornos que dificultam a vida, como, manter um relacionamento, permanecer num emprego, preservar amizades. Hoje me trato com psiquiatra, hipnoterapia, medicamentos, meditação e, a melhor parte, aprendi a me amar e a cuidar daquela criança que ficou abandonada lá atrás. Garanto que este livro irá te surpreender!