Sem dúvida nenhuma, existe um período na vida dos indivíduos que a experiência de vida se faz necessária, para que possa aprender, compreender, entender e vivenciar certos acontecimentos. E assim, de uma vez por todas, comece a tentar fazer as coisas direito, evitando sofrer mais e mais…, mas, ainda assim, nada sensibiliza…
Outrossim, pelo que tenho aprendido e compreendido ao longo de algumas décadas, o sujeito, por mais indiferente que tenha sido, por mais que descreia em si próprio, no semelhante e na sociedade, por mais que se ache “um caso à parte”, um “diferencial”, quando percebe que sua vida se aproxima do fim e que parte daquilo que cultivou arduamente vai desaparecer tanto quanto ele, tem então uma certa probabilidade de reconsiderar! Digo isso por exemplos que observei, e não por teoria que desenvolvi!
Com efeito, tive um grande amigo assim. Cultivou o ódio por todos os conceitos que de alguma forma falasse de algo além, mas, quando se viu próximo ao “decesso”, repensou sua existência. E, finalmente, que melhor exemplo do que deixara Fernando Pessoa?! Materialista convicto, quando sentiu que sua vida estava se esvaindo e que estava nos braços da morte, obtemperou para alguém que o assistia no grave momento: “Dê meus óculos para eu contemplar a eternidade!”.